A economia portuguesa deverá crescer, em 2023, mais do dobro da Zona Euro e da totalidade da União Europeia (UE), de acordo com as previsões económicas da Primavera, publicadas pela Comissão Europeia (CE) a 15 de maio.
Segundo essas previsões, o PIB português deverá crescer 2,4% este ano, enquanto o conjunto da UE e a Zona Euro deverão apresentar um crescimento bem mais modesto: 1% e 1,1%, respetivamente.
Ao crescer mais que os seus parceiros europeus, Portugal completará oito anos consecutivos de convergência, se excetuarmos 2020, em que a economia global teve uma forte retração, causada pela pandemia.
As previsões da Primavera revelam um crescente otimismo com o desempenho da economia portuguesa, depois de a CE ter antecipado um crescimento do PIB de apenas 0,7%, em novembro de 2022, e de 1%, em janeiro deste ano.
OTIIMISMO PARTILHADO
Trata-se, porém, de um otimismo partilhado por outras organizações internacionais, com destaque para o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Num relatório sobre Portugal, divulgado a 9 de maio, o FMI corrigiu a sua previsão de crescimento para 2,6% em 2023. Isto depois de, em abril, num relatório alargado sobre a economia mundial, o Fundo ter previsto uma taxa de crescimento do PIB de 1%, que, de resto, já representava um avanço em relação à projeção realizada em outubro de 2022: 0,7%.
Este otimismo sobre o crescimento português em 2023 assenta na análise do bom desempenho da economia nacional em 2022 e no primeiro trimestre de 2023. Recorde-se que, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB português registou em 2022 um crescimento de 6,7%, bem acima dos 3,5% da Zona Euro.
No primeiro trimestre de 2023, esta dinâmica manteve-se. Com uma taxa de 1,6%, Portugal registou o maior crescimento da União Europeia, relativamente ao trimestre anterior, enquanto que, comparando com o mesmo trimestre do ano passado, a economia portuguesa cresceu 2,5%, a terceira maior taxa da UE.
EXPORTAÇÕES E TURISMO CRESCEM
Estes bons resultados económicos estão a ser impulsionados especialmente pelas exportações, com destaque para atividade turística.
Em março, as exportações de serviços, que incluem o turismo, cresceram 31%, enquanto as importações apenas aumentaram 14%. O excedente da balança comercial na área dos serviços é agora o mais elevado de sempre.
Já a taxa de crescimento das exportações de bens atingiu os 19%, sendo que a taxa de importações de bens cresceu 9%.
