viernes. 19.04.2024

O Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, afirmou que a participação portuguesa em eventos como a Bienal de Arquitetura de Veneza é fulcral para o País e para a inserção dos profissionais portugueses nas grandes redes internacionais.

Pedro Adão e Silva falava no Porto, na apresentação do projeto «Fertile Futures»  que vai representar Portugal na Bienal de Veneza de Arquitetura, com curadoria de Andreia Garcia.

O Ministro disse ainda que a participação «corresponde a um investimento de 800 mil euros, o que dá bem conta da importância atribuída»:

«Eventos como a Bienal de Arquitetura em Veneza, mas também a Bienal da Arte, de Istambul, de Arquitetura de São Paulo ou a Quadrienal de Praga são momentos fulcrais para a nossa apresentação enquanto país, mas também para inserção dos profissionais portugueses nas grandes redes internacionais», referiu Pedro Adão e Silva.

Projeto português é «um estímulo à reflexão»

O Ministro disse ainda que a «Fertile Futures» aborda a escassez de água doce, tomando como ponto de partida a experiência concreta do nosso território, o que responde diretamente à convocatória da curadora da bienal deste ano, que tem como título «O laboratório do futuro».

Adão e Silva enfatizou assim ser o projeto português «um estimulo à reflexão sobre novas estratégias para a gestão dos recursos hídricos».

A representação oficial portuguesa aborda a escassez de água doce e a busca de soluções para a gestão sustentada de recursos hídricos, com base em sete casos nacionais: o impacto da Gigabateria na bacia do Tâmega, a quebra da convenção no Douro Internacional, a extração mineira no Médio Tejo, a imposição de interesses na Albufeira do Alqueva, a anarquia no perímetro de rega do Rio Mira, a sobrecarga das lagoas na Lagoa das Sete Cidades e o risco de aluviões nas Ribeiras Madeirenses.

Esta proposta envolve ainda um conjunto de laboratórios de debate e será também apresentada em forma de uma exposição no Palácio Franchetti, em Veneza, entre 20 de maio e 26 de novembro.

As assembleias de pensamento que compõem o projeto «Fertile Futures» serão abertas ao público, e de acesso gratuito, e irão decorrer ainda em Veneza (maio), Braga (junho), Faro (setembro) e Porto Santo (outubro).

 Arquiteto Álvaro Siza é autor da instalação do Vaticano

Pedro Adão e Silva lembrou ainda que o arquiteto português Álvaro Siza será também o autor da instalação da representação do Vaticano, que tem o cardeal José Tolentino Mendonça como comissário. Para o Ministro, a presença de Álvaro Siza «corresponde a um reconhecimento no ano em que completa 90 anos».

A 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura, com curadoria da arquiteta escocesa de origem ganesa Lesley Lokko, conta com representações oficiais de 63 países, sendo Portugal e Brasil os únicos lusófonos presentes.

As exposições e projetos especiais dedicados ao «Laboratório do Futuro» -o  tema da mostra - contam ainda com 89 arquitetos e gabinetes de arquitetura, na maioria de África e da diáspora africana, entre os quais o Banga Colectivo, gabinete de arquitetura de Luanda e Lisboa, e o ateliê brasileiro Cartografia Negra.

Participação na Bienal de Arquitetura de Veneza «é fulcral para o País»
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