martes. 30.05.2023

Governo luso lança Empresa Online 2.0 para simplificar processo de criação de empresas

O Governo lançou a Empresa Online 2.0, que permite reduzir a burocracia e simplificar o processo de criação de empresas. Na nova plataforma será possível constituir uma sociedade em 10 minutos.
Plataforma Empresa Online 2.0 permite criar empresas online em 10 minutos.
Plataforma Empresa Online 2.0 permite criar empresas online em 10 minutos.

O Governo lançou a Empresa Online 2.0, que permite reduzir a burocracia e simplificar o processo de criação de empresas. Na nova plataforma será possível constituir uma sociedade em 10 minutos.

O serviço está disponível em https://justica.gov.pt/empresa, para qualquer cidadão ou grupo de cidadãos, com acesso através de Cartão de Cidadão com assinatura digital ativada, e para profissionais habilitados, como advogados, notários e solicitadores.

A Empresa Online 2.0 vem substituir a Empresa Online, que, em 2006, se constituiu com um passo muito importante na simplificação dos processos de criação de empresas. Com esta nova versão assinala-se um novo marco, que vai tornar todo o processo de constituição de uma empresa ainda mais rápido e amigável para o utilizador, permitindo não só criar uma nova empresa, mas também assinar digitalmente o pacto social e realizar o pagamento pela modalidade mais conveniente (incluindo MBWay).

Projeto financiado pelo PRR

Este é um projeto financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), enquadrado na componente destinada à Justiça Económica e Ambiente de Negócios. O objetivo é reforçar a competitividade da economia portuguesa, onde atualmente duas em cada três empresas já são constituídas através da Internet. 

«Com a disponibilização da versão 2.0 da Empresa Online, que valeu um investimento de 100 mil euros e que é hoje aqui apresentada, a Justiça dá mais um passo significativo na criação de condições mais favoráveis ao empreendedorismo e à captação de investimento», disse a Ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, na sessão de apresentação da nova plataforma.

A Ministra salientou que «a redução de carga burocrática dos cidadãos e das empresas é um dos grandes objetivos do investimento de 266 milhões e 900 mil euros, alocados a 50 projetos relacionados com a digitalização e modernização», previsto na componente 18 do Plano de Recuperação e Resiliência – Justiça Económica e Ambiente de Negócios.

Para Catarina Sarmento e Castro, esta componente «traduz o desígnio de uma Justiça amiga da Economia e das Empresas e é bem ilustrativa das prioridades que esta área governativa tem para o investimento PRR».

De acordo com a Ministra, para alcançar esta meta, os serviços do Registo contam com uma dotação de 42 milhões e 500 mil euros, dos quais 81% já foram qualificados como despesa PRR, encontrando-se em curso contratações no valor de sete milhões de euros.

«Estes números dão conta, com muita clareza, do compromisso do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) com a modernização dos sistemas informáticos que servem de base à tramitação de registos, para servir melhor os cidadãos e as empresas», disse.

Entre os projetos em curso, a Ministra destacou o pedido online de nacionalidade com validador automático da autenticidade de documentos e a anonimização de processos para divulgação pública das decisões dos tribunais em todas as instâncias e o Guia Prático de Acesso à Justiça.

Serviço mais rápido e eficiente

Para tornar o serviço mais rápido e eficiente, o Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) tem vindo a trabalhar de acordo com o princípio do 'only once', em que o utilizador não necessita de dar à administração pública os dados que esta já dispõe sobre si. Assim, através do Empresa Online 2.0, o sócio-gerente indica quem são os outros sócios que, concordando com a participação na empresa, terão apenas de autorizar a utilização dos dados que surgirão pré-preenchidos, a partir das bases de dados disponíveis. Estão ainda disponíveis as ligações com a SIBS e os CTT e em desenvolvimento a interoperabilidade com outras entidades da administração pública, como a Autoridade Tributária e a Segurança Social.

Além das sociedades unipessoais por quotas e das sociedades por quotas, a plataforma permitirá também a criação de sociedades anónimas, uma possibilidade que estava suspensa desde 2017, e que fica novamente disponível. 

O objetivo da Empresa Online 2.0 é dar apoio integrado ao lançamento de novos negócios. Nesse sentido, está também em desenvolvimento a funcionalidade, que permite que o Registo do Beneficiário Efetivo seja feito na mesma plataforma e no momento de criação da empresa.

Através da plataforma, os intervenientes na sociedade poderão ainda consultar as várias interações com o Registo, e no futuro, com outras entidades da administração pública responsáveis pelos serviços, ao longo do seu ciclo de vida, desde a sua criação à sua eventual extinção.

A Empresa Online 2.0 está já disponível em português e inglês e, em breve, também noutras línguas, potenciando a utilização por investidores estrangeiros.

Na sessão de apresentação foi ainda anunciada a disponibilização, no final de junho, de informação sobre as empresas no Guia Prático da Justiça (GPJ). Este serviço da Plataforma Digital da Justiça que, através de 'machine learning' e com recurso à tecnologia GPT, possibilita a conversação em linguagem natural com o Cidadão foi lançado em fevereiro, em fase piloto, com respostas sobre casamento e divórcio.

Governo luso lança Empresa Online 2.0 para simplificar processo de criação de empresas
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