Uma vez alcançados, 2% do PIB para a Defesa serão a base

Aeronave F16.
A Ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, afirma que o objetivo de chegar aos 2% do Produto Interno Bruto em defesa é uma meta até 2030. 

A Ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, afirma que o objetivo de chegar aos 2% do Produto Interno Bruto em defesa é uma meta até 2030. 

«O compromisso dos 2% existe e uma vez alcançado concordamos que seja uma meta base, digamos assim, um valor base, e não um teto. E é esse o trabalho que estamos a fazer"» defendeu Helena Carreiras, em declarações à agência Lusa, após intervir na cerimónia de encerramento da 47ª edição do Curso de Defesa Nacional, no Instituto de Defesa Nacional (IDN), em Lisboa.

Sobre o encontro recente com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg — presidido pelo Primeiro-Ministro, António Costa, e onde esteve igualmente o Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho — a Ministra disse que foram abordados «vários temas que têm a ver com a preparação da cimeira de Vilnius», na Lituânia, entre os quais «o reforço do nosso contributo para a Aliança», «não apenas do ponto de vista financeiro» mas também da «reforma do sistema de forças, da presença da NATO no flanco leste».

Helena Carreiras frisou ainda que «tem havido uma trajetória crescente dos orçamentos de defesa em Portugal e dos investimentos» na área.

Antes, na sua intervenção perante os auditores, a Ministra tinha dito que, «até à data a Defesa coordenou a entrega de mais de 712 toneladas de material à Ucrânia, na sua maioria material militar». Está ainda, conforme explicou, «iminente o envio de aproximadamente 270 toneladas de material adicional, incluindo munições e veículos, perfazendo um total de mais de 950 toneladas».

ÁFRICA

Helena Carreiras referiu também que a segurança em África é outra das prioridades estratégicas da Defesa Nacional, devido à «proliferação do terrorismo transnacional e a intensificação de crises humanitárias e de conflitos, em alguns casos ligados à pirataria» e que «constituem outros riscos com os quais importa também lidar».

Para a Ministra da Defesa Nacional, «esta mistura explosiva ocorre em particular nas regiões do Golfo da Guiné e da África Ocidental» e Portugal assegura aqui «uma participação ativa através das Presenças Marítimas Coordenadas da EU, em estreita ligação com a Iniciativa Mar Aberto, mas também através de diversas missões, operações e projetos de capacitação bilaterais e multilaterais no mar e em terra».

INVESTIMENTO INTERNO

A nível de investimento interno, a Ministra destacou a importância na aposta na economia de Defesa e na inovação, lembrando que foi aprovada na quinta-feira, em Conselho de Ministros, uma nova estratégia «para a Base Tecnológica e Industrial de Defesa», que terá medidas calendarizadas.

«A emergência de tecnologias disruptivas e a crescente importância de domínios como o ciber ou espaço, e a necessidade de proteção de infraestruturas críticas, como cabos submarinos de transmissão de dados, a isso nos convoca», disse.

Cooperação Estruturada Permanente da União Europeia

Quanto a projetos da Cooperação Estruturada Permanente da União Europeia (PESCO) na área das tecnologias, Helena Carreiras afirmou que brevemente será apresentada publicamente a ‘Cyber Academia and Innovation Hub’, que visa uma cooperação entre entidades do setor público e privado «com vista à formação, treino e exercícios, apoio à investigação, desenvolvimento e inovação e ainda ao desenvolvimento industrial» na área da cibersegurança e ciberdefesa.

 

No campo da igualdade de género, Helena Carreiras referiu que Portugal atingiu em dezembro do ano passado 14% de mulheres nas Forças Armadas.